quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Rolinhas…

Malas prontas, dia bonito. Céu aberto e uma manhã propícia para uma viagem de carro por 291 quilômetros, da porta do meu apartamento em Maringá até a porta da minha casa em Marília.
Minha mãe estava comigo aqui em Maringá e voltaríamos juntos: ela na boléia, pois queria perder o medo de dirigir em rodovias.

Estávamos eu e minha mãe voltando para Marília com o carro. Costuma ser uma viagem tranquila, sem muitos sobressaltos. Mas essa seria diferente, seria auspiciosa a médio prazo. Já explico.

Ela estava dirigindo e quando chegou uma determinada altura da viagem, ainda aqui no paraná, existe uma parte bem reta e plana, com visão de várias centenas de metros a nossa frente. Portanto, conseguimos identificar facilmente uma pequena colônia composta por algumas poucas rolinhas que estavam no meio da pista, talvez bicando alguns grãos que caíram de um caminhão que por ali antes houvesse passado.

Minha mãe estava certa de que as rolinhas sairiam da frente do carro antes que pudessem ser atropeladas. Todas que estavam ali saíram em tempo, mas “a escolhida” ficou... E quando ela tentou erguer voo, bateu em cheio no vidro da frente do carro. Eu nem cheguei a olhar para trás, na certeza que acabara de acontecer o pior, mas minha mãe olhou pelo retrovisor e disse: "Nossa, quanta pena". Confesso que não sabia ao certo de qual pena ela estava falando... Seguimos nossa viagem, como haveria de ser. Cruzamos o estado e chegamos em Marília com absoluta segurança. Tive minha estada na cidade e poucos dias depois estava no meu apartamento novamente em Maringá, sozinho de novo.

Até que um dia, em uma outra oportunidade, minha mãe veio a Maringá novamente passar uns dias comigo. Nenhum fato fora do comum havia acontecido até então. Mas justamente na presença de minha progenitora, logo na primeira manhã em que ela acordou, viu que haviam galhos no box do meu banheiro. Ela me chamou e vi aqueles galhos ali, que nunca haviam aparecido antes. Então, quando menos esperávamos, um barulho na janela do box...

...Era uma rolinha. Da mesma espécie que houvera atropelado. No mesmo instante, minha mãe se arrumou e foi atrás de um ninho artificial para colocar na tal janela, na tentativa de se redimir junto a Associação Paranaense dos Amigos das Rolinhas (APAR). Pensei que não haveria problema algum, até mesmo porque também tinha ficado com pena quando minha mãe disse aquela frase.

Infelizmente minha mãe não poderia ficar aqui por muito tempo e nem se quer viu o nascimento de suas netas adotivas. Se eu fosse continuar essa história, com todos os detalhes, ficaria mais umas boas linhas aqui no blog só para contar isso.

Mas o final disso é que eu tomei no cu, pois a quantidade assustadora de merda que essas rolinhas produzem; a progressão geométrica na reprodução dos piolhos que essas coisinhas fofas criam em si, é coisa astronômica. Esses malditos piolhos infestaram meu banheiro e estavam quase indo para outro cômodo (meu quarto), tamanha a velocidade de procriação dessa porcaria. Tive que esvaziar uma lata de veneno para resolver o problema.

Mas isso, no que depender de mim, não vai mais acontecer... Ajudar a natureza, com certeza, mas jamais dentro da minha própria casa. Como diz o ditado: é cada macaco no seu galho!

(Paulo Spachi)