terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Para mim

Hoje, em minha aula de Termodinâmica (como aluno), me encontrava totalmente aéreo. Não estava atento ao que o professor dizia, mas olhando para bem longe janela afora. Outros colegas de sala estavam quase da mesma forma, mas trocaram a janela pelo celular, pela conversa paralela ou então pelo sono profundo.

Como professor, particularmente, permito que meus alunos façam o que quiserem, desde que não conversem alto ou atrapalhem o silêncio da sala de qualquer outra forma. Podem mexer no celular, dormir, ouvir música, ver vídeos. A única coisa que combino com todos eles é que não atrapalhem minha explicação, a não ser, é claro, que haja perguntas sobre o que estou falando. Se você for pai de algum aluno meu e está dizendo que isso é um absurdo e que não paga o colégio para ficar dormindo durante a aula, minha réplica: Diga isso ao seu filho, não pra mim ou para o colégio. Se ele dorme durante a aula é pela permissão de vocês, pais, de deixar seu filho até tarde da noite acordado. São vocês quem devem EDUCAR seus filhos, não o colégio ou o professor. Então, se vocês deixam seus filhos acordados até tarde para prejudicar seu andamento em sala de aula, eu deixo seu filho dormir para não prejudicar suas horas de sono e descanso, que deveriam ter sido cumpridas em casa. Isso é válido para o celular e conversas também. EDUQUE seus filhos a desligar o celular durante a aula e faça isso durante suas conferências e reuniões.

Mas voltando ao assunto, meu professor me dirigiu uma desagradável lição de moral, perguntando o que eu estava fazendo na aula se não estava prestando atenção e olhando para o pássaro na árvore. Após a retomada da aula, em certas passagens matemáticas, perguntava a mim se eu sabia o que tinha sido feito ou então o que representava certas equações. Eu, muito educadamente, respondia para todas as peguntas: "Desculpe professor, mas não sei", e seguia sua explicação normalmente. Percebi que isso o dava forças em sua lição de moral e ficou me perseguindo até a hora do intervalo. Após voltarmos, peguei uma folha e comecei a escrever esse texto, prestando ainda menos atenção no que ele estava falando e me concentrando no que eu estava escrevendo. Isso foi o suficiente para haver paz até a hora de ir embora.

Será que uma simples folha e uma mão escrevendo resolvem o problema do professor? Será que ele acredita que seus alunos estão entendendo? Entender a matéria é copiar a matéria?

Muitas vezes o aluno não está se sentindo muito bem, portanto, não o reprima por não ser perfeito. Não perca tempo de sua aula acordando alunos ou implicando com o pé na cadeira da frente. Cumpra o programa de sua matéria e leve coisas diferentes para a sala. O tempo que você perderia chamando atenção, explicaria algo a mais para os alunos que merecem sua aula.

Resumindo, não se preocupe com alunos problemáticos, mas saiba diferenciar se o aluno está bem ou não. Jamais pare sua aula para dar sermão para a sala toda. Chame seu aluno e tenha uma conversa particular com ele, educadamente. Seu aluno vai admirá-lo por essa conduta.

Um outro comentário que gostaria de deixar é algo que deve ficar bem claro na mente de qualquer professor. Se o aluno não se importa com a sua aula, a culpa pode, e na maioria dos casos, é sua, professor. Sua aula pode ser uma porcaria. Antes de falar, limpe sua boca e abra seus ouvidos. O que você disser ao seu aluno pode facilmente se voltar contra você.
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