sábado, 25 de julho de 2009

Eu? Eu…

Alguma coisa me aperta o coração. É como se eu quisesse voar, mas minhas asas não suportassem o peso de meu peito. Sinto algo forte, um sonho, um medo. Sinto-me com extrema auto-estima mínima.

Uma coisa que sonho fazer é formar uma linda e saudável família. Quero ser um homem capaz de fazer minha mulher sorrir todos os dias. Quero ser um homem amado de forma sincera por minha mulher e meus dois filhos ao mesmo tempo que quero ser um homem que os ama loucamente, um homem que faria tudo por sua família.

Quero ser um homem bem resolvido para dar a minha mulher e a meus filhos uma vida digna, uma vida sustentável. Dinheiro é essencial para isso e tenho muito medo de dar tudo errado. Tenho medo de ser quem eu não quero ser, de não ter o que eu quero ter.

Sou um homem de 24 anos de idade e que nada tem, que sente que nada terá por muitos anos. Isso me deixa extremamente chateado, chateado comigo mesmo. Eu me pergunto: onde será que as oportunidades passaram? Será que elas não passaram e ainda vão vir? Como posso saber disso? O que eu vou ser?

Eu não sou nada nem ninguém com 24 anos de idade. Sou um homem fracassado e nada posso oferecer para ninguém. Sei que sou capaz de tudo, mas não tenho nada. A ideia fundamental me falta, aquilo que me fará crescer eu simplesmente não tenho.

Estou quase na metade de minha vida e ainda não vivi. Não conheço nada, não sei de nada, não tenho nada, não sou nada. A única coisa que me resta, neste sábado a noite em solidão, são meus dedos e a triste confissão do meu fracasso pessoal.

(Paulo Spachi)

Nenhum comentário:

Postar um comentário