sábado, 24 de dezembro de 2016
Feliz Natal
Hoje é dia de comer na casa dos parentes ou de eles virem para comer em casa. Sempre tem aquele que fala das suas aventuras pelas rodovias do Brasil quando era caminhoneiro, recitando o nome de todas as cidades, em ordem cronológica de passagem, de Curitiba à Recife; aquela que fala de maquiagem o tempo todo, a outra que aproveita para vender Natura e a terceira que briga dizendo que Mary Kay é melhor porque não sai na água. O irmão mais velho e casado, pai de uma filha linda de quase quatro anos e que vai ganhar um presente maior que ela, o irmão do meio que nunca pode estar presente, mas está sempre conosco, o pai afastado da família que ele mesmo ajudou a originar apenas liga, quando liga, a avó que não enxerga mais nada mas diz que tudo está lindo, o tio que chega 23h52min apenas pra dizer que veio e vai embora 00h07min do dia 25, a outra avó que te dá cinquenta reais de presente, escondido como se tivesse traficando meio quilo de cocaína. Tem aquele avô que diz que ninguém presta, mas peida no meio da ceia sem qualquer pudor; o neto que acha isso engraçado. Vem o primo de longe que só olha para o celular, a irmã dele que é uma graça e brinca com as outras crianças da festa. Os tios (pai e mãe desses dois) que nunca sabem se brigam ou não, se estão felizes ou não, se reclamam ou não. Também temos as fotos daqueles que não estão mais entre nós; além de fotos, lembranças boas de pessoas maravilhosas que passaram pelas nossas vidas e, querendo ou não, nos moldam e nos moldaram. Sempre bate saudade de pessoas especiais, de tempos que já passaram, de encontros e desencontros, de cervejas que nunca vamos tomar, de outras que ainda farão nossas sextas-feiras fecharem com chave de ouro. Há pessoas que não podem mais estar presentes, por um ou outro motivo, mas que sempre teremos em nossos corações em momentos de boas lembranças.
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